Por Antonio Gaspari
ROMA, quarta-feira, 27 de julho 2011 (ZENIT.org) – Um conspirador eficaz e astuto fundou uma poderosa organização católica? Não: foi um padre profundamente humano, que fez do perdão, da compaixão e da bondade a sua missão e testemunho.
É o que se vê em “There Be Dragons”, um filme sobre o fundador do Opus Dei, com pré-estreia em 30 de julho no Fiuggi Family Festival.
Dirigido por Roland Joffé (A Missão e Os Gritos do Silêncio), o filme narra a história de São Josemaría Escrivá de Balaguer na guerra civil espanhola.
A trama parte de um jornalista espanhol, Roberto, que, pesquisando o passado do pai moribundo, Manolo, descobre não apenas que ele participou da guerra civil como soldado, mas ainda foi amigo de infância de Josemaría Escrivá.
A história é controversa, um lusco-fusco em meio a uma guerra civil na qual o amor e o ódio se banharam de sangue.
Manolo é um espião nas milícias republicanas que massacram os católicos, enquanto Josemaría defende as vítimas e promove a paz pregando o perdão.
O furioso republicano combate porque o seu amor pela revolucionária húngara Ildiko não é correspondido, enquanto o jovem padre apaixonado por Cristo pratica a caridade e funda o Opus Dei.
As histórias opostas de ambos se entrecruzam e se dividem até que, num final surpreendente, o perdão vence o ódio.
Entre os atores, Charlie Cox, de Stardust e Casanova, interpreta Josemaría. Manolo é Wes Bentley, de Beleza Americana. Rodrigo Santoro, de 300, é o revolucionário Oriol. Roberto, filho de Manolo, é Dougray Scott, de O Médico e o Monstro e Desperate Housewives.
O filme já foi exibido na Espanha em 25 de março, seguido de sessões nos Estados Unidos, Portugal e Turquia. O sucesso de público na Espanha superou os 300 mil espectadores nas primeiras três semanas.
Entrevistado por ZENIT, Bruno Mastroianni, porta-voz do Opus Dei na Itália, comentou: "O filme tem o mérito de fazer uma imagem fiel de São Josemaría, contando a sua paixão pelo bem das pessoas acima de ideologias, visões, posições. É um filme que ilustra quem era o fundador do Opus Dei: um homem muito humano e profundamente espiritual, que recorria sempre à oração e nos exortava a afogar o mal na abundância do bem".
O diretor Joffè se disse muito impactado com uma declaração de São Josemaría sobre Deus estar presente na "vida quotidiana", mesmo quando o cotidiano é a guerra civil espanhola.
"Como encontrar o divino na guerra? A mesma pergunta pode ser feita em todos os desafios fundamentais na vida: como enfrentá-los? Como responder ao ódio, à rejeição, ao desejo de vingança ou de justiça? Todos esses dilemas se acentuam nos tempos de guerra. Eles são, de certa forma, os dragões do filme, as encruzilhadas da vida, quando ficamos diante de escolhas complexas, que influenciarão o nosso futuro. There Be Dragons narra as escolhas tão diferentes que as pessoas fazem nessas horas cruciais, e fala do quanto elas são difíceis, mas necessárias, para escapar dos círculos viciosos de ódio, ressentimento e violência”.
A escritora Susanna Tamaro, autora do livro “Và dove ti porta il cuore”, traduzido em mais de 35 línguas, comentou que “There be Dragons” “faz justiça ao jovem Josemaría, mostrando com eficácia a sua natureza, desde a infância, sempre voltada ao bem, ao amor e ao perdão. Eu tenho certeza de que este filme poderá fazer um grande bem às novas gerações, órfãs de figuras que possam ser admiradas e imitadas”.
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