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sábado, 16 de junho de 2012

A Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus














História
O início da Congregação dos Padres do Sagrado do Coração de Jesus (Dehonianos) remonta a 13 de Julho de 1877, quando, no meio de uma intensa vida espiritual o Padre Dehon, com a autorização do seu bispo, inicia o noviciado. Um ano depois, no dia 28 de Junho de 1878, emite os votos religiosos. Nasce assim, à sombra do Colégio S. João, o Instituto dos Oblatos do Coração de Jesus.
O começo foi próspero e cheio de esperanças... Mas um incêndio destrói o Colégio. Ademais, incompreensões e mal-entendidos provocam uma intervenção da Santa Sé, que manda fechar o Instituto recém-fundado.
A dura prova encontrou o fundador humilde e disponível e colocou em plena luz o seu profundo espírito de fé e de abandono aos desígnios da Providência. Também graças a essa atitude, o Padre Dehon receberá autorização para reabrir o Instituto, que assim ressuscita sobre bases mais sólidas e evangélicas. A denominação do Instituto muda. A primeira - "Oblatos do Coração de Jesus" - era muito querida ao Padre Dehon, porque exprimia perfeitamente a sua espiritualidade. A partir de 1884, o título oficial torna-se Sacerdotes do Coração de Jesus.EUROPA

Em 1878, inicia-se a obra dehoniana em S. Quintino, na França.
Em 1883, abre-se, em Sittard, na Holanda, um primeiro seminário menor para os que aspiram ir para as missões. Em 1889, na Bélgica, em Clairefontaine, é aberto um outro seminário menor. Em 1891, abre-se a primeira residência em Roma, destinada ao Governo Geral e a estudantes clérigos.
Em 1895, a primeira casa em Luxemburgo. Em 1903, na Dinamarca (até 1951). Em 1904, a Congregação estabelece-se na Boémia (que a partir de 1919 faz parte da Checoslováquia), donde se retira em 1948. Em 1907, na Finlândia; 1907, na Itália; 1909, na Áustria; 1911, na Suécia; 1912, na Alemanha; 1916, na Espanha.
1923, na Suíça. Em 1928, abre-se a primeira casa da Congregação na Polônia, em Cracóvia. Em 1936, na lnglaterra. Em 1947, primeira presença em Portugal, na ilha da Madeira. Em 1970, na Escócia. Em 1978, na Irlanda. Em 1985, começa-se na Iugoslávia. Com a recente configuração do mapa europeu, a Congregação marca presença nos países recém-criados (Ucrânia, Bielorrúsia, Eslováquia, Croácia, Moldávia).AMÉRICA

É na América Latina que se realiza a primeira atividade missionária ad gentes da Congregação. Já em 1888, dez anos depois da fundação do Instituto, P. Dehon envia dois religiosos a Quito, no Equador. Ali permanecem até 1896, quando são expulsos pelo governo maçônico. Foi assim que começou a nossa presença no continente americano.
Em 1893, os nossos padres iniciam o apostolado social no Nordeste do Brasil, em Camaragibe PE. Em 1903, a presença dehoniana estendia-se também à região meridional do Brasil, com início em Florianópolis SC. Em 1910, quatro Dehonianos dirigiram-se para o Canadá, iniciando assim a obra da Congregação na América Setentrional.  Em 1920, a Congregação está presente nos Estados Unidos. Em 1923, abre-se a missão entre os peles-vermelhas de Lower Brule, no Dakota do Sul. Em 1938, um primeiro grupo de Dehonianos holandeses, italianos e espanhóis chega à Argentina. Em 1940, aceita-se a nova paróquia "El Salvador", na cidade de Montevidéu, no Uruguai. Em 1950, os Dehonianos estabelecem-se definitivamente no Chile, onde, desde 1948, alguns confrades holandeses tinham já exercido seu ministério. Em 1953, dois missionários espanhóis começam a atividade missionária na Venezuela. Recentemente inicia-se uma nova presença pastoral no México.ÁFRICA

Em 1897, o P. Dehon aceita a missão do Congo e, a 25 de Dezembro daquele ano, o P. Grison celebrava a missa de Natal, inaugurando assim a missão de São Gabriel, perto de Stanleyville (atual Kisangani).
Em 1898, Dehonianos chegam à Tunísia, onde permanecem por dois anos. Em 1910, inicia-se a missão dos Camarões. Em 1923, a prefeitura apostólica de Gariep, na África do Sul, é confiada aos confrades alemães.
Em 1947, os primeiros Dehonianos italianos chegam a Moçambique. Em 1974, estão em Madagascar os Dehonianos da Província Italiana Meridional, aos quais se juntam, em 1982, os Dehonianos portugueses.ÁSIA

O território missionário do Sul de Sumatra (Indonésia) é confiado à Congregação no dia 27 de dezembro de 1923. Os três primeiros Dehonianos (dois padres e um irmão) ali chegaram a 23 de setembro de 1924. Por iniciativa do XVIII Capítulo Geral, foi criada uma missão nas Filipinas. Confrades de várias Províncias participam nessa presença dehoniana na Ásia.
Uma nova experiência de trabalho internacional surge atualmente na Índia com dehonianos vindos de diversas nacionalidades.


Governo Geral
Relativamente a toda a Congregação, a autoridade suprema é exercida, de modo ordinário, pelo Superior Geral, ajudado pelo seu Conselho, e, de modo extraordinário e colegial, pelo Capítulo Geral.

O Superior Geral é eleito pelo Capítulo Geral, por seis anos, sendo possível a sua recondução só para um segundo mandato. O Superior Geral, coadjuvado pelo seu Conselho, governa e anima a Congregação no cumprimento da sua missão na Igreja.

Na fidelidade à inspiração do Padre Dehon e conforme a diversidade das situações, presta um serviço de comunhão no mesmo espírito e de coordenação nas atividades. Cumpre esta missão, sobretudo através das visitas, que ele próprio ou por delegados seus, realiza na Congregação.
O Conselho Geral é constituído, ao menos, por quatro conselheiros eleitos pelo Capítulo Geral. Além dos conselheiros, outros colaboradores assistem o Superior Geral no governo e na administração: ecônomo geral, secretário geral, procurador geral junto da Santa Sé.

O Coração transpassado do Salvador constituem para Pe Dehon a expressão mais evocadora daquele amor cuja presença atuante ele experimenta na própria vida...(Regra de Vida.). Nós, Sacerdotes e Religiosos do Sagrado Coração de Jesus, procuramos fazer da união com o Amor de Deus o princípio e o centro de nossa vida.























O fundador: Venerável Padre João Leão Gustavo Dehon (Père Jean León Gustave Dehon)



Sociólogo, escritor, advogado e padre Fundador da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Sua vida foi um constante caminhar. Sonhador, lutador, teve decepções, surpresas alegres e tristes. Aprendeu a amar a Igreja. Soube ouvir os gritos numa França cheia de desafios. Fundou jornal, revista, publicou livros, escreveu muito nos Meios de Comunicação Social de então, e deixou-nos por herança : O Sagrado Coração de Jesus.

Leão João Dehon nasceu a 14 de março de 1843, em La Capelle, ao norte do Departamento de L’Aisne, França. Seu pai: Julio Alexandre Dehon; sua mãe: Estefânia Adele Vandelet, devota fervorosa do Coração de Jesus. Tinha um irmão mais velho: Henrique.
 
Leão foi batizado a 24 de março do mesmo ano, véspera da festa da Anunciação. Anos depois, escreveu: "Era feliz mais tarde unindo a lembrança do meu batismo ao do Ecce venio do Nosso Senhor".

 

Leão Dehon frequentou a escola da cidade. Mais o ambiente não era favorável a uma boa educação. Por isso seus pais, preocupados com o futuro do filho, o matricularam no Colégio de Hazebrouck, dirigido por padres. Antes de seu ingresso nesse colégio Leão fez suma primeira comunhão na cidade natal.

No Colégio Hazebrouck, encontrou na pessoa de seu diretor, Pe. Dehaene, um grande amigo que o orientou muito bem na luta pela conquista da virtude.

Na noite de Natal de 1856, Leão sentiu forte chamado ao sacerdócio. Conversou como pai a respeito. Recebeu um frio e peremptório "não". Júlio sonhava um futuro brilhante e diferente para o filho. Jamais permitira que ele se tornasse sacerdote.Em agosto de 1859, Leão terminou seus estudos secundários e, a l6 do mesmo mês, passou, com sucesso nos exames de bacharel em letras.

De volta a La Capelle, expos novamente seu projeto ao pai. Esta insistência do filho caiu como um raio no lar Dehon. O pai não aceitava de forma alguma a idéia ousada do filho.

Sem desistir de seu plano, Leão obedece momentaneamente a seu pai e vai para Paris. Freqüenta o curso de preparação ao concurso da célebre Escola Politécnica DEA simultaneamente matricula-se no primeiro ano de direito. Mais tarde, abandona o curso de letras e segue normalmente o curso de direito, que lhe parecia mais de acordo com a sua cultura e sua sensibilidade.

Em agosto de 1862, obtém a licença em direito e, dois anos mais tarde, em abril de 1864, defende a tese de doutorado em direito.

Durante o período de estudo em Paris, Leão impôs-se um ritmo de vida que favorecia sua vocação sacerdotal. Diariamente participava da missa em São Sulpicio, sua paróquia.

Nesse tempo, também, conheceu um jovem estudante de arqueologia, que se tornaria seu grande amigo: Leão Palustre. Com esse amigo, Dehon fez várias viagens: à Inglaterra (1862), à Alemanha, aos países escandinavos, à Europa Central (1863), A 23 de agosto de 1864, empreendeu com ele uma longa viagem de 10 meses pelo sul da Alemanha, Suíça, Norte da Itália, Grécia, Egito, Palestina (Terra Santa), Ásia Menor, Hungria e Áustria.

No fim dessa viagem, Leão parte diretamente para Roma, onde chega a 14 de junho de 1865. Estava firmemente decidido a seguir sua vocação sacerdotal. A viagem à Terra Santa confirmara o chamado do Senhor: "Vem e segue-me! Também te farei pescador de homens!".

Em Roma, mora no colégio francês, Santa Clara, matricula-se no curso de filosofia e, depois de um ano apenas, obtém o doutorado na matéria (1866). Em 1871, consegue o título de doutor em teologia e em direito canônico.

Antes, a 19 de dezembro de 1868, é ordenado sacerdote, na Basílica de São João de Latrão, na presença de seus pais, que aceitam agora a vocação do filho.

Padre Dehon participou como estenógrafo, das sessões do Concílio Vaticano I.

Terminados seus estudos em Roma, recebeu sua primeira transferência. Foi uma grande decepção para ele. Com vários doutorados em sua bagagem, Padre Dehon esperava trabalhar numa universidade. E foi nomeado para ser o 7 vigário paroquial de uma pobre e problemática paróquia: São Quintino.

Apesar de tudo, assumiu sua missão com todo ardor e entusiasmo. Conhecendo as grandes necessidades daquela cidade, Padre Dehon teve várias iniciativas de grande repercussão; fundou um patronato, São José 91872), a Obra dos Círculos Católicos (1873); um jornal católico: Le Conservateur de L’Aisne (1874); círculos de estudos religiosos e sociais, com a Conferência de São Vicente de Paulo ( 1875); promoveu encontros de estudos com os patrões, duas vezes por mês (1876): o Colégio São João

Sacerdote, culto, santo e dinâmico, muito conhecido na França, Dehon tinha algo que o inquietava. Não estava satisfeito. Faltava-lhe algo. Não tinha, porém, clareza o que era realmente. Depois de um longo discernimento, feito de oração, de diálogo com sábios sacerdotes e orientadores espirituais, Dehon toma a decisão de fundar a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Data oficial da fundação: 28 de junho de 1878, dia da primeira profissão do fundador

Temporariamente supressa por determinação da Santa Sé (1883), a nova Congregação experimentou, depois de sua ressurreição (1884), um vertiginoso crescimento e um surpreendente impulso missionário espalhando-se por diversos países.
Além dos trabalhos de governo e animação de sua congregação como superior geral, Padre Dehon participou dos grandes eventos de cunho social na agitada França daquele fim de século. Sensível aos grandes problemas sociais de então, Padre Dehon era protagonista de congressos e de assembléias, onde se discutiam as questões sociais, principalmente depois da publicação da Rerum Novarum, da qual foi um incansável divulgador e defensor. Sem dúvida, pode-se dizer que era um missionário da doutrina social da Igreja. Proferiu conferências (principalmente em Roma), escreveu artigos em jornais e revistas (Le Règne du Sacrré-Coeur dans les âmes et dans les sociétés), publicou livros sobre o tema, principalmente: Manual social cristão (1894) e o Catecismo social (1898). Outros: A usura no campo presente ( 1895); Nossos Congressos (1897), As pontifícias diretrizes políticas e sociais (1897), Riqueza, mediocridade ou pobreza ( 1899), A renovação social cristã (1900).
Padre Dehon faleceu no dia 12 de agosto de 1925, aos 82 anos de idade. Seus restos mortais repousam na Igreja de São Martinho, em São Quintino, França.

(Seu processo de beatificação foi concluído em 2005 faltando apenas marcar a data da beatificação. Enquanto isso tem o título de Venerável.)
"Por Ele vivi, por Ele morro", foram suas últimas palavras.


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