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sábado, 16 de junho de 2012

A Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus














História
O início da Congregação dos Padres do Sagrado do Coração de Jesus (Dehonianos) remonta a 13 de Julho de 1877, quando, no meio de uma intensa vida espiritual o Padre Dehon, com a autorização do seu bispo, inicia o noviciado. Um ano depois, no dia 28 de Junho de 1878, emite os votos religiosos. Nasce assim, à sombra do Colégio S. João, o Instituto dos Oblatos do Coração de Jesus.
O começo foi próspero e cheio de esperanças... Mas um incêndio destrói o Colégio. Ademais, incompreensões e mal-entendidos provocam uma intervenção da Santa Sé, que manda fechar o Instituto recém-fundado.
A dura prova encontrou o fundador humilde e disponível e colocou em plena luz o seu profundo espírito de fé e de abandono aos desígnios da Providência. Também graças a essa atitude, o Padre Dehon receberá autorização para reabrir o Instituto, que assim ressuscita sobre bases mais sólidas e evangélicas. A denominação do Instituto muda. A primeira - "Oblatos do Coração de Jesus" - era muito querida ao Padre Dehon, porque exprimia perfeitamente a sua espiritualidade. A partir de 1884, o título oficial torna-se Sacerdotes do Coração de Jesus.EUROPA

Em 1878, inicia-se a obra dehoniana em S. Quintino, na França.
Em 1883, abre-se, em Sittard, na Holanda, um primeiro seminário menor para os que aspiram ir para as missões. Em 1889, na Bélgica, em Clairefontaine, é aberto um outro seminário menor. Em 1891, abre-se a primeira residência em Roma, destinada ao Governo Geral e a estudantes clérigos.
Em 1895, a primeira casa em Luxemburgo. Em 1903, na Dinamarca (até 1951). Em 1904, a Congregação estabelece-se na Boémia (que a partir de 1919 faz parte da Checoslováquia), donde se retira em 1948. Em 1907, na Finlândia; 1907, na Itália; 1909, na Áustria; 1911, na Suécia; 1912, na Alemanha; 1916, na Espanha.
1923, na Suíça. Em 1928, abre-se a primeira casa da Congregação na Polônia, em Cracóvia. Em 1936, na lnglaterra. Em 1947, primeira presença em Portugal, na ilha da Madeira. Em 1970, na Escócia. Em 1978, na Irlanda. Em 1985, começa-se na Iugoslávia. Com a recente configuração do mapa europeu, a Congregação marca presença nos países recém-criados (Ucrânia, Bielorrúsia, Eslováquia, Croácia, Moldávia).AMÉRICA

É na América Latina que se realiza a primeira atividade missionária ad gentes da Congregação. Já em 1888, dez anos depois da fundação do Instituto, P. Dehon envia dois religiosos a Quito, no Equador. Ali permanecem até 1896, quando são expulsos pelo governo maçônico. Foi assim que começou a nossa presença no continente americano.
Em 1893, os nossos padres iniciam o apostolado social no Nordeste do Brasil, em Camaragibe PE. Em 1903, a presença dehoniana estendia-se também à região meridional do Brasil, com início em Florianópolis SC. Em 1910, quatro Dehonianos dirigiram-se para o Canadá, iniciando assim a obra da Congregação na América Setentrional.  Em 1920, a Congregação está presente nos Estados Unidos. Em 1923, abre-se a missão entre os peles-vermelhas de Lower Brule, no Dakota do Sul. Em 1938, um primeiro grupo de Dehonianos holandeses, italianos e espanhóis chega à Argentina. Em 1940, aceita-se a nova paróquia "El Salvador", na cidade de Montevidéu, no Uruguai. Em 1950, os Dehonianos estabelecem-se definitivamente no Chile, onde, desde 1948, alguns confrades holandeses tinham já exercido seu ministério. Em 1953, dois missionários espanhóis começam a atividade missionária na Venezuela. Recentemente inicia-se uma nova presença pastoral no México.ÁFRICA

Em 1897, o P. Dehon aceita a missão do Congo e, a 25 de Dezembro daquele ano, o P. Grison celebrava a missa de Natal, inaugurando assim a missão de São Gabriel, perto de Stanleyville (atual Kisangani).
Em 1898, Dehonianos chegam à Tunísia, onde permanecem por dois anos. Em 1910, inicia-se a missão dos Camarões. Em 1923, a prefeitura apostólica de Gariep, na África do Sul, é confiada aos confrades alemães.
Em 1947, os primeiros Dehonianos italianos chegam a Moçambique. Em 1974, estão em Madagascar os Dehonianos da Província Italiana Meridional, aos quais se juntam, em 1982, os Dehonianos portugueses.ÁSIA

O território missionário do Sul de Sumatra (Indonésia) é confiado à Congregação no dia 27 de dezembro de 1923. Os três primeiros Dehonianos (dois padres e um irmão) ali chegaram a 23 de setembro de 1924. Por iniciativa do XVIII Capítulo Geral, foi criada uma missão nas Filipinas. Confrades de várias Províncias participam nessa presença dehoniana na Ásia.
Uma nova experiência de trabalho internacional surge atualmente na Índia com dehonianos vindos de diversas nacionalidades.


Governo Geral
Relativamente a toda a Congregação, a autoridade suprema é exercida, de modo ordinário, pelo Superior Geral, ajudado pelo seu Conselho, e, de modo extraordinário e colegial, pelo Capítulo Geral.

O Superior Geral é eleito pelo Capítulo Geral, por seis anos, sendo possível a sua recondução só para um segundo mandato. O Superior Geral, coadjuvado pelo seu Conselho, governa e anima a Congregação no cumprimento da sua missão na Igreja.

Na fidelidade à inspiração do Padre Dehon e conforme a diversidade das situações, presta um serviço de comunhão no mesmo espírito e de coordenação nas atividades. Cumpre esta missão, sobretudo através das visitas, que ele próprio ou por delegados seus, realiza na Congregação.
O Conselho Geral é constituído, ao menos, por quatro conselheiros eleitos pelo Capítulo Geral. Além dos conselheiros, outros colaboradores assistem o Superior Geral no governo e na administração: ecônomo geral, secretário geral, procurador geral junto da Santa Sé.

O Coração transpassado do Salvador constituem para Pe Dehon a expressão mais evocadora daquele amor cuja presença atuante ele experimenta na própria vida...(Regra de Vida.). Nós, Sacerdotes e Religiosos do Sagrado Coração de Jesus, procuramos fazer da união com o Amor de Deus o princípio e o centro de nossa vida.























O fundador: Venerável Padre João Leão Gustavo Dehon (Père Jean León Gustave Dehon)



Sociólogo, escritor, advogado e padre Fundador da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Sua vida foi um constante caminhar. Sonhador, lutador, teve decepções, surpresas alegres e tristes. Aprendeu a amar a Igreja. Soube ouvir os gritos numa França cheia de desafios. Fundou jornal, revista, publicou livros, escreveu muito nos Meios de Comunicação Social de então, e deixou-nos por herança : O Sagrado Coração de Jesus.

Leão João Dehon nasceu a 14 de março de 1843, em La Capelle, ao norte do Departamento de L’Aisne, França. Seu pai: Julio Alexandre Dehon; sua mãe: Estefânia Adele Vandelet, devota fervorosa do Coração de Jesus. Tinha um irmão mais velho: Henrique.
 
Leão foi batizado a 24 de março do mesmo ano, véspera da festa da Anunciação. Anos depois, escreveu: "Era feliz mais tarde unindo a lembrança do meu batismo ao do Ecce venio do Nosso Senhor".

 

Leão Dehon frequentou a escola da cidade. Mais o ambiente não era favorável a uma boa educação. Por isso seus pais, preocupados com o futuro do filho, o matricularam no Colégio de Hazebrouck, dirigido por padres. Antes de seu ingresso nesse colégio Leão fez suma primeira comunhão na cidade natal.

No Colégio Hazebrouck, encontrou na pessoa de seu diretor, Pe. Dehaene, um grande amigo que o orientou muito bem na luta pela conquista da virtude.

Na noite de Natal de 1856, Leão sentiu forte chamado ao sacerdócio. Conversou como pai a respeito. Recebeu um frio e peremptório "não". Júlio sonhava um futuro brilhante e diferente para o filho. Jamais permitira que ele se tornasse sacerdote.Em agosto de 1859, Leão terminou seus estudos secundários e, a l6 do mesmo mês, passou, com sucesso nos exames de bacharel em letras.

De volta a La Capelle, expos novamente seu projeto ao pai. Esta insistência do filho caiu como um raio no lar Dehon. O pai não aceitava de forma alguma a idéia ousada do filho.

Sem desistir de seu plano, Leão obedece momentaneamente a seu pai e vai para Paris. Freqüenta o curso de preparação ao concurso da célebre Escola Politécnica DEA simultaneamente matricula-se no primeiro ano de direito. Mais tarde, abandona o curso de letras e segue normalmente o curso de direito, que lhe parecia mais de acordo com a sua cultura e sua sensibilidade.

Em agosto de 1862, obtém a licença em direito e, dois anos mais tarde, em abril de 1864, defende a tese de doutorado em direito.

Durante o período de estudo em Paris, Leão impôs-se um ritmo de vida que favorecia sua vocação sacerdotal. Diariamente participava da missa em São Sulpicio, sua paróquia.

Nesse tempo, também, conheceu um jovem estudante de arqueologia, que se tornaria seu grande amigo: Leão Palustre. Com esse amigo, Dehon fez várias viagens: à Inglaterra (1862), à Alemanha, aos países escandinavos, à Europa Central (1863), A 23 de agosto de 1864, empreendeu com ele uma longa viagem de 10 meses pelo sul da Alemanha, Suíça, Norte da Itália, Grécia, Egito, Palestina (Terra Santa), Ásia Menor, Hungria e Áustria.

No fim dessa viagem, Leão parte diretamente para Roma, onde chega a 14 de junho de 1865. Estava firmemente decidido a seguir sua vocação sacerdotal. A viagem à Terra Santa confirmara o chamado do Senhor: "Vem e segue-me! Também te farei pescador de homens!".

Em Roma, mora no colégio francês, Santa Clara, matricula-se no curso de filosofia e, depois de um ano apenas, obtém o doutorado na matéria (1866). Em 1871, consegue o título de doutor em teologia e em direito canônico.

Antes, a 19 de dezembro de 1868, é ordenado sacerdote, na Basílica de São João de Latrão, na presença de seus pais, que aceitam agora a vocação do filho.

Padre Dehon participou como estenógrafo, das sessões do Concílio Vaticano I.

Terminados seus estudos em Roma, recebeu sua primeira transferência. Foi uma grande decepção para ele. Com vários doutorados em sua bagagem, Padre Dehon esperava trabalhar numa universidade. E foi nomeado para ser o 7 vigário paroquial de uma pobre e problemática paróquia: São Quintino.

Apesar de tudo, assumiu sua missão com todo ardor e entusiasmo. Conhecendo as grandes necessidades daquela cidade, Padre Dehon teve várias iniciativas de grande repercussão; fundou um patronato, São José 91872), a Obra dos Círculos Católicos (1873); um jornal católico: Le Conservateur de L’Aisne (1874); círculos de estudos religiosos e sociais, com a Conferência de São Vicente de Paulo ( 1875); promoveu encontros de estudos com os patrões, duas vezes por mês (1876): o Colégio São João

Sacerdote, culto, santo e dinâmico, muito conhecido na França, Dehon tinha algo que o inquietava. Não estava satisfeito. Faltava-lhe algo. Não tinha, porém, clareza o que era realmente. Depois de um longo discernimento, feito de oração, de diálogo com sábios sacerdotes e orientadores espirituais, Dehon toma a decisão de fundar a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Data oficial da fundação: 28 de junho de 1878, dia da primeira profissão do fundador

Temporariamente supressa por determinação da Santa Sé (1883), a nova Congregação experimentou, depois de sua ressurreição (1884), um vertiginoso crescimento e um surpreendente impulso missionário espalhando-se por diversos países.
Além dos trabalhos de governo e animação de sua congregação como superior geral, Padre Dehon participou dos grandes eventos de cunho social na agitada França daquele fim de século. Sensível aos grandes problemas sociais de então, Padre Dehon era protagonista de congressos e de assembléias, onde se discutiam as questões sociais, principalmente depois da publicação da Rerum Novarum, da qual foi um incansável divulgador e defensor. Sem dúvida, pode-se dizer que era um missionário da doutrina social da Igreja. Proferiu conferências (principalmente em Roma), escreveu artigos em jornais e revistas (Le Règne du Sacrré-Coeur dans les âmes et dans les sociétés), publicou livros sobre o tema, principalmente: Manual social cristão (1894) e o Catecismo social (1898). Outros: A usura no campo presente ( 1895); Nossos Congressos (1897), As pontifícias diretrizes políticas e sociais (1897), Riqueza, mediocridade ou pobreza ( 1899), A renovação social cristã (1900).
Padre Dehon faleceu no dia 12 de agosto de 1925, aos 82 anos de idade. Seus restos mortais repousam na Igreja de São Martinho, em São Quintino, França.

(Seu processo de beatificação foi concluído em 2005 faltando apenas marcar a data da beatificação. Enquanto isso tem o título de Venerável.)
"Por Ele vivi, por Ele morro", foram suas últimas palavras.


Uma Congregação que pertence ao Sagrado Coração de Jesus







Um coração para amar, para perdoar e sentir, para chorar e sorrir, ao me criar tu me destes”, canta Pe. Zezinho que, não por coincidência, é um sacerdote da Congregação, nascida exatamente do Coração de Cristo. 
A Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, os chamados dehonianos, surgiu da contemplação de um coração aberto. Pe. João Leon Dehon, fundador, viveu numa época de transformações e de rupturas políticas e culturais que desestabilizaram a Igreja enraizada num terreno sócio-cultural, destruído pela revolução francesa.
Neste contexto, ele olha para o coração aberto de Cristo, vê as constantes incoerências e ofensas feitas ao Salvador e percebe ali a necessidade da reparação. Portanto, é do Sagrado Coração que nasce um carisma que anseia por tornar o amor amado, e assim fazer por aqueles que não o fazem.
...um coração pra sonhar, inquieto e sempre a bater, ansioso por entender as coisas que tu disseste”, segue a música de Pe. Zezinho. Este símbolo do coração é muito mais forte do que imaginamos, ele é o “órgão” da religião, pois Cristo vive no coração do homem (cf. Ef 3,17).
Do ocidente ao oriente, o coração é muito mais do que um órgão físico que bombeia o sangue.  Para os egípcios, ele era o centro de todos os impulsos espirituais: a sede da inteligência, da vontade e dos sentimentos e, ainda mais, símbolo da vida. Na literatura clássica, o coração, além de ser centro do corpo e da vida física, também era a sede das emoções e dos sentimentos, dos instintos e das paixões.
Assim, quando chega à festa em honra ao Sagrado Coração de Jesus, neste ano celebrada no dia 15 de junho, ou mesmo a memória do Imaculado Coração de Maria, é preciso parar e escutar, no silêncio pessoal de cada coração, o pulsar do verdadeiro amor.

A Congregação na Arquidiocese de Florianópolis
... eis o que eu venho te dar, eis o que eu ponho no altar, toma senhor que ele é teu, meu coração não é meu”. Nesta certeza é que muitas pessoas aderem ao Carisma da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Nela, forma a família dehoniana composta, além dos fraters e sacerdotes, pelos leigos dehonianos, Missão Dehoniana Juvenil e Fraternidade Mariana. Em nossa Arquidiocese, são 26 sacerdotes atuando em oito casas.
Além disso, há uma extensão de obras e trabalhos. Na área da educação, a cidade de Brusque abriga duas instituições.  O Colégio São Luís, mantido pela Associação Beneficente Coração de Jesus, da Congregação Dehoniana, tem São Luís Gonzaga, protetor da juventude, como seu patrono. 
Há também a Faculdade São Luís que foi oficializada no ano de 2000, credenciada e autorizada pelo Ministério da Educação (MEC). Contudo, o primeiro curso de Filosofia, oferecido pela Congregação no município, surgiu em 1933 e jamais parou de atender.
Para a formação dos seminaristas, existe o Seminário Filosófico do Convento Sagrado Coração de Jesus e da Casa Dehon. Esta última também serve como casa de retiros.
Ao todo, cinco paróquias são administradas pela Congregação:
- Paróquia São José, em Botuverá;
- Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Guabiruba;
- Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Florianópolis;
- Paróquia São Cristóvão, em Itajaí;
- Paróquia São Luís Gonzaga, em Brusque.
Só na cidade de Brusque, os padres dehonianos estão há mais de um século, contruindo uma história inegavelmente frutífera em obras. “Talvez não se fale diretamente do carisma dehoniano, mas se vive intensamente ele”, explica Pe. Hélio Feuser, SCJ, diretor da Casa Dehon.
Vale destacar, como manifestações do carisma dehoniano, o extenso trabalho da Ação Social e também o atendimento diário para a confissão. “Somos chamados de ministros da reconciliação, como sinal também de nosso carisma” explica Pe. Hélio. “O povo tem sede de ser ouvido e amado, para isso estamos aqui, afinal todo nosso trabalho precisa ser carregado de Deus, se não até a mais grandiosa obra social torna-se vazia”, destaca o sacerdote.
Outra obra importante nascida a partir do coração do saudoso sacerdote dehoniano Pe. Léo (in memoriam), e hoje administrada pelo Pe. Vicente de Paula Neto, Bth, também com origem dehoniana, é a Comunidade Bethânia. A Comunidade nasceu a partir da inspiração inicial do Pe. Léo, que procurou dar uma resposta concreta ao problema das drogas na juventude criando uma comunidade católica para oferecer aos jovens uma “casa”, um local de acolhimento. A “sede” da comunidade continua a ser na Arquidiocese de Florianópolis, na cidade de São João Batista.

Dehonianos no mundo*
26 Bispos
1607 sacerdotes
33 diáconos
162 Irmãos (votos perpétuos)
61 Noviços
38 países
4 continentes
* Fonte: www.dehon.it / Referência: 31 de dezembro de 2010.

Leigos consagrados ao carisma dehoniano
Os leigos que encontram no carisma dehoniano o seu chamado de vida podem se tornar leigos dehonianos. Os membros se reúnem para contemplação e vivem em seu dia-a-dia este carisma. Eles precisam fazer um retiro e se consagrar, além de renovar todos os anos os seus votos.
Na cidade de Brusque, existe também o Grupo Viúvas de Santa Mônica que se reúne uma vez por mês, todo terceiro domingo, no salão paroquial. São aproximadamente 40 viúvas que partilham do carisma dehoniano e especialmente do lema: Amor e Reparação.
Os encontros são feitos durante o período matutino, após a tradicional Missa do dia. Primeiro, há um café da manhã, como forma de confraternização. Depois disso, o acompanhador do grupo faz um momento de formação e fecha o dia com uma oração. O grupo faz sempre um retiro anual.
Pascom da Arquidiocese de Florianópolis

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A importância da obra musical de Padre Zezinho SCJ para a música popular brasileira

O artigo abaixo foi realizado como trabalho da disciplina Tópicos de Cultura Brasileira do 1º semestre do Curso de Filosofia da Faculdade São Luiz de Brusque-Santa Catarina-Brasil, sendo escrito pelo autor deste blog, Ricardo Becker Maçaneiro, seminarista da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus.


O trabalho musical, entre outros, do Padre José Fernandes de Oliveira SCJ, mais conhecido como Padre Zezinho SCJ é de conhecimento de praticamente todos os católicos no Brasil entre muitos não católicos também, e outro tanto de pessoas mundo afora.
No presente trabalho propõe-se analisar a obra musical do citado presbítero católico apostólico romano apresentando sua evolução e importância para a messe do Senhor. De antemão se diz que José Fernandes de Oliveira nasceu em 8 de junho de 1941 em Machado, Minas Gerais. Ainda menino entrou no seminário. Em 1951 professou os primeiros votos como religioso da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos) e por esta congregação foi ordenado presbítero em dezembro de 1966. Em 1967 já trabalha com os jovens em São Paulo, o que o alçará ao mundo da música.
Em 1968 a Irmã Maria Nogueira, diretora das Edições Paulinas Discos-gravadora que havia começado seu trabalho há poucos anos-foi ao Santuário são Judas Tadeu em São Paulo para conhecer um jovem sacerdote que estava revolucionado a música católica entre os jovens ao incluir nas missas violão, teclado e guitarra.[1]E colocaria também bateria e ritmos novos causando sensações naqueles tempos Pós-Concílio Vaticano II. E em pouco tempo a Missa das 11h daquele santuário havia se transformado no mais concorrido e comentado o horário de missas.[2]E a música católica nunca mais foi a mesma.
A Irmã Maria estava convencida de que o Padre José, que os jovens chamavam de Padre Zezinho, realmente tinha boa voz, sabia cantar e tocava muito bem. E assim ele for parar no estúdio da EPD-Edições Paulinas Discos-onde gravou em 1969 seu primeiro compacto com o Conjunto Sidney Singers, Canção da amizade. Este foi o primeiro de praticamente duas centenas de álbuns lançados em todo o mundo, em várias línguas, devido ao conteúdo bem trabalhado tanto em letra quanto em música do Padre Zezinho. Aliás, sua primeira composição foi “Pai nosso” em 1964, até hoje muito conhecida.[3]
Padre Zezinho sempre gostou de frisar que não é cantor e compositor, embora seja, mas poeta. Diz também que não é padre porque é cantor, mas cantor porque é padre.[4] De fato, foi com Padre Zezinho que começou o que se pode chamar de música popular católica, além de ele ter sido o primeiro padre brasileiro a cantar.
Pode-se perceber que Padre Zezinho é pioneiro em muita coisa na comunicação católica. Ele se define como um acidente que deu certo na hora certa, alguém com violão e caneta na mão quando a igreja precisava.[5]
Se analisar-se a história pode-se ver que os sacerdotes católicos sempre estiveram presentes no mundo da música como compositores, instrumentistas, regentes e cantores, mas até o Concílio Vaticano II essa presença era normalmente em canto e música sacra e litúrgica, nunca em música popular “verdadeira”. Neste quesito Padre Zezinho é mundialmente reconhecido como pioneiro.
De fato, muitos padres cantores vieram depois do Padre Zezinho podendo-se citar Padre Antônio Maria, Monsenhor Jonas Abib, Padre Joãozinho SCJ, Padre Marcelo Rossi, Padre Fábio de Melo, entre outros. Todos fazendo uso da música para a evangelização, sendo que a música é algo muitíssimo valorizado na sociedade e por isso instrumento propício à evangelização.
Um ponto em favor de Padre Zezinho é o de que simplifica nas canções coisas por vezes complicadas por entender. E esse tem sido o método de Padre Zezinho em mais de quarenta anos de música. Além do mais foi com ele que a música católica popular passou a contemplar novos ritmos, depois de décadas de cantigas piedosas. Assim, hoje tem-se música católica nos mais diversos ritmos como rock, forró, rap, sertanejo e outros.
É possível perceber na discografia de Padre Zezinho alguns ciclos musicais em que em cada um se dá ênfase a algumas coisas. Se isto foi pensado pelo padre não se sabe, mas o próprio curso da história e da vida do compositor fazem com que haja momentos em que se enfatiza alguns aspectos mais que outros, depois outros e assim sucessivamente.
Entre 1969 e 1976 se percebe ouvindo os álbuns que Padre Zezinho deu maior ênfase em suas músicas a três coisas interligadas: juventude, catequese e vocação. Mais que normal, pois naquela época Padre Zezinho trabalhava com a juventude. Para trabalhar bem com a juventude é necessário catequizar e também falar de vocação para orientá-los. De 1972 data o lançamento do primeiro LP: Estou pensando em Deus, onde na (famosa) música-título Padre Zezinho já naquela época reclama que pouco se procura a Deus e a viver a religião e seus preceitos. A parte vocacional se faz presente, entre outros no valioso álbum Canção para meu Deus de 1973, considerado por muitos como o melhor do compositor.
A partir de 1976 com o álbum Verdades, mas com efeito a partir de 1978 até 1989 o enfoque passa a ser a justiça social, um dos pilares dehonianos. A questão da justiça social estava em voga na América Latina naquela época, ainda mais como bandeira da Teologia da Libertação[6] e causa assumida pela Igreja. Padre Zezinho como bom profeta e bom dehoniano soube falar e cantar muito bem sobre o tema. Os álbuns destes anos pegaram pesado na questão da justiça social, mas nada que não fosse o ordinário da pregação cristã, mas a verdade dói.
A partir de 1990 com o Brasil já de volta à democracia e a decadência das ideias da Teologia da libertação, a Igreja começa a olhar outras coisas de modo mais profundo e uma delas foi a família, cada vez mais desestruturada pela mudança de comportamentos da sociedade.
Então o enfoque a partir 1990 será a família com tudo o que ela encerra (e dentro da família entram os temas da juventude, da vocação e da justiça social). É de 1990 o disco mais vendido do padre: Sol nascente, Sol Poente, com mais de um milhão de cópias comercializadas. Neste álbum está a música oração pala família, que sintetiza e inicia este enfoque à família. Esta é talvez a mais conhecida música do Padre Zezinho.
Outro tema que entra em voga a partir da década de 2000 é a catequese. Isto está claro na apresentação dos cds Canções para o Sol maior de 2002, Discípulos e Missionários de 2008 e Cuida bem da palavra de 2008.
Também a partir de 2000 de percebe uma espécie de “balanço” do Padre Zezinho em sua vida, ministério e obra. Neste sentido foram lançados os cds Contemplativo (2005) e Palavras que não passam (2007), além de algumas coletâneas. Por fim também a partir dos anos 2000 com a maturidade do padre percebe que suas músicas estão cada vez mais espirituais, didáticas e com temas de e para estudo.
Com certeza Padre Zezinho deixa à Igreja Católica uma herança riquíssima, de evangelização a todos em forma de música, um meio de comunicação dos mais populares. Muitos são os testemunhos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas pelas músicas certeiras de Padre Zezinho.
Também para música popular brasileira Padre Zezinho deixa relevante herança, uma vez que foi o pioneiro da música popular católica, tendo se servido em cada época dos estilos musicais e temáticas em voga, o que gerou a música popularcatólica em seus vários ritmos e estilos. Isto acrescenta mais abundância e diversidade à música brasileira
A semente foi plantada, germinou, se desenvolveu e deu muitos frutos. Isto se pode perceber pela música católica popular que tem cada vez com maior qualidade.  Espera-se que continue assim, pois a Igreja Católica é conhecida por sua grande herança cultural e religiosa à humanidade e deseja-se que continue assim.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 FIGUEIRA, R. Pe. Zezinho scj: 35 anos cantando a fé. São Paulo: Paulinas, 1999.

 OLIVEIRA, J. F. Oi Deus, meu nome é Zé. São Paulo: Paulinas, 1991

 PADRE ZEZINHO SCJ. Perfil. Disponível em: <http://www.padrezezinhoscj.com/wall
wp/perfil>. Acesso em 10 mar. 2012.




[1]Cf. FIGUEIRA, R. Pe. Zezinho scj: 35 anos cantando a fé. São Paulo: Paulinas, 1999.
[2] Cf. OLIVEIRA, J. F. Oi Deus, meu nome é Zé. São Paulo: Paulinas, 1991. p.5-12.
[3] Cf. FIGUEIRA,1999 p.32-34.
[4] Cf. PADRE ZEZINHO SCJ. Perfil. Disponível em: < http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/perfil>. Acesso em 10 mar. 2012.
[5] Cf. PADRE ZEZINHO SCJ, loc. Cit.
[6]Teologia da Libertação: é um movimento cristão de teologia política, que engloba várias correntes de pensamento que interpretam os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de uma libertação de injustas em condições econômicas, políticas ou sociais. Ela foi descrita, pelos seus proponentes como "uma interpretação da fé cristã através do sofrimento dos pobres, sua luta e esperança, e uma crítica da sociedade e da fé católica e do cristianismo através dos olhos dos pobres", mas outros a descrevem como marxismo cristianizado.

A Discografia de Padre Zezinho SCJ:

CDs, Lps, K7s e Compactos catalogados até o momento:

Àlbuns de Estudio: 67 (Lps e CDs)
Compactos: 34
Narrações: 22 (LPs, K7s e CDs)
Intrumentais: 7 (LPs e CDs)
Coletâneas: 34
Internacionais: 21 (até o momento)
Total Geral: 185 Trabalhos
Álbuns de Estúdio:
CÓDIGOTÍTULOANO
244Estou pensando em Deus1972
259Canção para meu Deus1973
268Ágape ( missa )1973
277Convívio1974
288Histórias que eu conto e canto1974
312Um certo galileu1975
325Maria Maria Maria1976
368Verdades1976
59 (SonoViso)O Filho do Carpinteiro1976
424Maranatha Missa Pop1977
426Verdades que eu rezo e canto1977
427Cantigas de dor e de esperança1977
455Não deixe que eu me canse1978
73 (SonoViso)À Sombra de Tuas Asas1978
475Reviravolta1978
511Cantigas de pão e vinho1979
530Quietude1980
550Um certo Galileu 21981
571Lá na terra do contrário1981
581Qualquer coisa de novo1982
625Oferenda1983
656Coragem de sonhar1984
663O inquieto Jesus de Nazaré1984
700Graça e Paz1985
702Deus é bonito1985
731Irmã Clara e Pai Francisco1986
4523Pra ver a Paz acontecer1987
5057Uma canção talvez1988
6401-7Sem ódio e sem medo1989
6704-0Sol Nascente Sol Poente1990
6713-0Canções que o amor escreveu1991
6725-3E Deus Me Quis Mulher1991
6463-7Sereno e forte1992
6510-2Canções para quem não reza1993
6567-2Ir ao Povo1994
6663-0Quando a gente encontra Deus1995
6679-6Quando a tristeza chegar1995
12016-2Missa Fazedores da Paz1996
12047-2Canções que fé escreveu1996
12161-4Canções que a vida escreveu1997
12294-7Canção para meu Deus (Regravação)1998
12296-3Fortes na Fé1998
12180-0Em Verso e Canção1998
12371-4Alpendres e Varandas (Duplo 1 e 2)1999
12357-9Alpendres, Varandas e Lareiras 11999
12358-7Alpendres, Varandas e Lareiras 21999
11605-0Canções em Fé maior2000
11607-6Entre Um Riso e Uma Prece2000
11741-2Um grito de Paz2001
11736-6Criancices2001
11742-0Sereno e Forte ( Remix )2002
11759-5Canções para Sol Maior2002
11816-8Oremos pela terra2003
11821-4Missa - Ele me ungiu2003
11881-8Quando me chamaste2004
11884-2Diante do presépio2004
PROCADEPais e mães em oração2004
PROCADECanções que a família escreveu2006
11925-3Manhãs iluminadas2006
11989-0Deus é muito mais2008
11988-1Discípulos e Missionários2008
11992-9Cuida bem da Palavra2008
11987-3Coisas que já sei2009
12424-9Ao País dos meus sonhos2009
PROCADEMil Canções Para Maria2010
12473-7Quando Deus Se Calou2011
13972-8 (Sony)45 Anos de Canção (Ao Vivo)2011

Total: 67
Compactos:

CÓDIGOTÍTULOANO
188Canção da Amizade1970
203Alegria de viver1971
205O convite do Senhor1971
206Cantando a Palavra do Senhor 11971
208Cantando a Palavra do Senhor 21971
217Criança Ano 20001971
220Prece Universal1971
224Feliz Natal, Jesus1971
225Pai Nosso1971
230Aleluia Povo Meu1972
231Canções para caminhar no amor1972
236Quero voltar a construir1972
237Eu sei que não vou só1972
245CF O Egoísmo Escraviza, o Amor liberta1973
251Cantigas do Novo Reino1973
253Oração depois depois de um show1973
256Jovem Total1973
262Eu conheço uma criança1973
266Tempo e contratempo1973
273Ágape1974
274Quando Jesus passar1974
278Tenho muito amor1974
286Balada por um reino1974
287Ao coração de Cristo1974
301Cantiga por um Ateu1974
309Estou pensando em Deus1975
317Maria, Maria, Maria1975
46 (SonoViso)Nova Geração 1 - Terra Jovem1975
377Maria de Nazaré1976
416Missa Escalada1976
563Maria de Nazaré / Pai Nosso1981

Compactos de 'O Domingo'
O45Alegres Cantemos1975
O46Canta que o Senhor já vem1975
O63Vou te contar um segredo1976

Total: 34
Poemas e Narrações

CÓDIGOTÍTULOANO
204O Cristo que perdoa1971
0209-7O Cristo dos enfermos1971
218O Cristo inconstante1971
227O Cristo do meu batismo1971
228Meu Cristo jovem1972
238O sonho de Joãozinho1972
254Um homem para a eternidade1973
272Maria de Jesus Cristo1974
294Meu Cristo íntimo1975
425Meu Cristo quase adulto1977
431Meu Cristo família1977
687Sinal dos tempos1985
5139-0Auto-controle e paz1988
6575-7História de Simone1989
6576-5Bom dia, Deus!1990
6577-3Boa noite, Deus!1990
6679-6Quando a tristeza chegar1995
12001-4Banção da Luz2000
11657-2Bom dia, boa noite Deus2001
11947-4A graça de envelhecer2007
11946-6Tristeza que não vai embora2007
12446-0Meu Cristo jovem (Reedição)2010

Total: 22
Comemorativos, Coletâneas...

CÓDIGOTÍTULOANO
279Uma prece em cada canção1974
299Vocação1974
663O inquieto Jesus de Nazaré1984
406 6035Os Melhores Momentos (SomLivre)1985
729Paz inquieta1986
6604-4Os melhores momentos1990
6616-8Os grandes sucessos1991
12001-435 Anos a serviço da fé1999
12163-0Sucessos de sempre1999
11555-0Momentos especiais1999
11574-6Meu irmão crê diferente2000
12448-6Quem é esse Jesus?2010
12482-6Melhores Filhos, Melhores Pais2011
12483-4Série Ouro - Paulinas 50 Anos2011

A CANÇÃO E A MENSAGEM
06839-0Minha vida tem sentido1995
06840-3Deus me ama, Deus me chama1995
06841-114 Cantigas Marianas1995
06842-0Não deixes que eu me canse1996
06843-8Justiça e Paz1996
06844-6Cantigas ao som da Bíblia1996
06845-4Cantigas de Sabedoria1996
06846-2Nas asas da contemplação1996
06847-0Quietude e Paz1996
06848-9Oração pela Família1996
06849-7Juventude e Vocação1996
06850-0Outra canção para Jesus1996
06851-9Cantigas de ternura e paz1996
12051-0Oração da Manhã1996
12052-9Origens1996

Coletâneas da PROCADE
O12Lá na terra do contrário2008
O13Sucessos de sempre Vol 012008
O14Sucessos de sempre Vol 022008
O15Sucessos de sempre Vol 032008
O16Amar como Jesus amou2009

Total: 34
Intrumentais:

295Histórias que eu conto e canto (Orquestra)1974
316Jimmy Wilson Interpreta Padre Zezinho1975
06772-516 Melodias1995
06620-618 Melodias1995
12432-0Coisas que já sei (Playback)2009
12447-8Marquinho e Gilbert Interpretam Padre Zezinho2011
12489-3Quando Deus Se Calou (PlayBack)2011

Internacionais (Apenas alguns que foram encontrados... existem muitos por aí...)

TÍTULOANO
Ciudadano Del Infinito1974
Estoy Pensando Em Dios1974
Yes, I Believe In God1975
Mi Canto Joven1978
Canti de Preghiera e di Liberazione1978
E Tempo di Avere Speranza1979
Peregrino de La Paz1979
Uma Svolta Alla Tua Vita1980
Non Dire No1981
Oración Por Lá Familia1990
Riesgos de Profetizar1993
Historias que Cuento y Canto1993
Internacional1997
Canciones para Amar y Rezar1998
Fuertes en la Fe1999
La Decisión Es Tuya1999
Em Verso Y Em Canción1999
18 Melodias Instrumentales1999
12 Exitos de Ayer por Siempre2001
Palavras Que não Passam2007
Caritas Christi 2009
Total: 21
Fonte:http://padrezezinhoscj.blogspot.com.br/ de Rodrigo Bianchesi

Os albuns que considero os mais importantes da "carreira" do Padre Zezinho SCJ: