Em 12 de agosto a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus celebra a Memória dehoniana, na data da morte do Padre León Dehon.
No Vale de Azambuja em Brusque, Brasil, 1906.
Casa de Bruxelas, Bélgica
Igreja de San Martin em San Quintin na França
Túmulo atual
Cronologia:
- 14 de março de 1843. Nasce em La Capelle, na Picardia (França), de Julio Alexandre e Estefânia Adele Vandelet.
- 24 de março de 1843. Batizado: recebe o nome de João Leão Gustavo.
- 25 de dezembro de 1853. Vocação ao sacerdócio na noite de Natal.
- 16 de setembro de 1859. Bacharel em Letras, em Paris.
- 26 de setembro de 1859. Membro do Círculo Católico Estudantil, em Paris.
- 12 de julho de 1860. Bacharel em Ciências no Politécnico de Paris
- Abril-julho de 1861: primeira viagem à Inglaterra.
- 26 de julho de 1861. Bacharel em Direito pela Faculdade de Paris
- Abril-junho de 1862 viagem à Inglaterra, Escócia, Irlanda.
- 2 de abril de 1862. Doutor em Direito Civil. Membro da Academia de Paris.
- 12 de setembro de 1862. Membro da Sociedade Francesa de Arqueologia.
- 12 de agosto a 11 de novembro de 1863. Viagem à Europa Central e Península Escandinava.
- Agosto de 1864 a junho de 1865 viagem ao Oriente que termina com a ida a Roma para iniciar os estudos eclesiásticos.
- 25 de outubro de 1865 entra para o curso de filosofia na Gregoriana em Roma.
- 1 de novembro recebe a batina.
- 27 de julho de 1886 doutor e Filosofia - Roma.
- 21 de março de 1867 entra na Ordem Terceira de S. Francisco e recebe o nome de Francisco.
- 21 de dezembro de 1867, recebe o subdiaconato.
- 9 de abril de 1868. Bacharel em Teologia - Roma.
- 06 de julho de 1868. Ordenado Diácono.
- 22 de dezembro de 1868. Ordenado sacerdote em S. João de Latrão - Roma
- 1869. Leão é escolhido como estenografo do Concílio Vaticano I.
- 19 de julho de 1869: celebra a primeira missa em La Capelle.
- 03 de fevereiro de 1870. Bacharel em Direito Canônico.
- 19 de julho de 1870. Licenciatura em Direito Canônico.
- 13 de junho de 1871. Doutor em Teologia.
- 24 de junho de 1871. Doutor em Direito Canônico.
- 16 de novembro de 1871. Vigário Paroquial em São Quintino.
- 23 de junho de 1872. Inicia o Patronato S. José.
- 23 de Outubro de 1873. Funda o Círculo Católico Operário.
- 1874 funda o jornal: Le Conservateur de L'Aisne.
- 1875 inicia as reuniões dos patrões cristãos de S.Quintino.
- 24 de outubro de 1875. Nomeado Cônego da Diocese de Soissons.
- 31 de julho de 1877. Início do noviciado.
- 15 de agosto de 1877. Fundação do Colégio S. João em S. Quintino.
- 28 de julho de 1878. Primeira profissão e fundação dos Oblatos do Coração de Jesus.
- 12 de agosto de 1878. Adriano Rasset é recebido como primeiro noviço.
- 29 de dezembro de 1881. Incêndio do Colégio S. João.
- 03 de dezembro de 1883. Supressão dos Oblatos de Sagrado do Coração.
- 29 de março de 1884. A Santa Sé autoriza a reconstituição da Congregação com o nome de Padres do Sagrado Coração.
- 10 de novembro de 1888 Pe. Blanc e Pe. Grison partem para o Equador.
- 08 de fevereiro de 1889. Nasce a Associação Reparadora (Pe. Dehon já vinha trabalhando com leigos através dos Círculos Operários e dos Patrões Católicos e outras modalidades de movimentos leigos. Com a Associação Reparadora começa oficialmente um trabalho com leigos ligados ao espírito da congregação. Esta era de caráter diocesano. Mais tarde quando Pe. Dehon não tinha mais a possibilidade de influenciaresta associação conforme o espírito da congregação, ele funda uma outra associção de carater pontifício. A ADVENIAT REGNUM TUUM. Os Leigos Dehionianos querem ser a continuação dessa inspiração fundante do Pe. Dehon, que sempre quis os leigos participando do carisma da congregação)
- 1889 começa a circular a revista: O Reino do Coração de Jesus na Almas e na Sociedade.
- 06 de novembro de 1891. Pe Dehon obtém do papa a licença de abrir uma casa em Roma.
- 12 de junho de 1893. Os padres do Coração de Jesus iniciam seu trabalho no nordeste do Brasil - Pernambuco.
- Fevereiro de 1894. Viagem à Itália do Sul e África do Norte.
- 20 de agosto de 1894. Publicação do Manual Social Cristão.
- 14 de janeiro a 11 de março de 1897. Conferências Sociais em Roma.
- Março de 1897. Aceitação da missão no Congo.
- Publicações: Março: Obras Sociais II. Dezembro: Diretrizes Pontifícias.
- Fevereiro de 1888. Publicação do Catecismo Social.
- Abril : Conferências em Roma sobre a Democracia Cristã.
- Fevereiro de 1899. Publicação: Riqueza, Bem-estar moderado ou pobreza.
- Julho de 1900: viagem do Pe. Dehon à Espanha.
- Outubro: Publicação: O Mês de Maria e Renovação Social Cristã.
- Maio de 1901: Publicação: A vida de Amor para com o Sagrado Coração.
- 13 de dezembro de 1901: expulsão dos sacerdotes estrangeiros da França.
- 1 de abril de 1902: O governo francês dissolve a congregação e confisca seus bens.
- Julho de 1903: Os padres do Sagrado Coração de Jesus chegam a Florianópolis, Santa Catarina.
- 3 de agosto de 1904: Aceitação da missão de Stanley-Falls.
- 1905: Publicação: Coroas de amor ao Sagrado Coração.
- 1906: Publicação: O Coração Sacerdotal de Jesus.
- Agosto de 1906 a 11 de janeiro de 1907. Viagem pela América do Sul (Brasil do Sul e do Norte).
- Julho de 1907. Viagem para a Finlândia, Rússia e Polônia.
- 1909: A Congregação inicia na Áustria.
- 1910: A Congregação inicia no Canadá.
- 25 de abril de 1910. Aceitação da missão do Camarões.
- Agosto de 1910. Viagem do Pe. Dehon para o Canadá e continua a viagem ao redor do mundo, retornando dia 02 de março de 1911.
- 1912: 14 de março: publicação de Souvenirs.
- 1914: Pe. Dehon fica sem poder sair de S. Quintino por causa da guerra até 1917. Escreve: Testamento Espiritual e biografia de Ir. Maria de Jesus.
- 12 de março de 1917 é deportado para a Bélgica.
- 1920: início da Congregação nos Estados Unidos.
- 18 de maio de 1920: lançamento da pedra fundamental da Igreja de Cristo Rei em Roma.
- 02 de dezembro de 1920: fundação da província italiana.
- Outubro de 1922: Publicação: Estudo sobre o Sagrado Coração.
- 1923: A Congregação inicia na Suíça.
- 14 de março comemoração dos 80 anos de Pe. Dehon. O presente de aniversário é a aprovação pela Santa Sé da Associação ADVENIAT REGNUM TUUM.
- 03 de dezembro de 1923 aceitação da missão de Sumatra.
- 12 de agosto de 1925 falece em Bruxelas o Pe. Dehon com as palavras: "Para ele eu vivo. Para ele eu morro".
Nasceu a 14 de março de 1843, em La Capelle, ao norte do Departamento de L’Aisne, França. Seu pai: Julio Alexandre Dehon; sua mãe: Estefânia Adele Vandelet, devota fervorosa do Coração de Jesus. Tinha um irmão mais velho: Henrique.
Leão foi batizado a 24 de março do mesmo ano, véspera da festa da Anunciação. Anos depois, escreveu: "Era feliz mais tarde unindo a lembrança do meu batismo ao do Ecce venio do Nosso Senhor".
Leão Dehon freqüentou a escola da cidade. Mais o ambiente não era favorável a uma boa educação. Por isso seus pais, preocupados com o futuro do filho, o matricularam no Colégio de Hazebrouck, dirigido por padres. Antes de seu ingresso nesse colégio Leão fez suma primeira comunhão na cidade natal.
No Colégio Hazebrouck, encontrou na pessoa de seu diretor, Pe. Dehaene, um grande amigo que o orientou muito bem na luta pela conquista da virtude.
Na noite de Natal de 1856, Leão sentiu forte chamado ao sacerdócio. Conversou como pai a respeito. Recebeu um frio e peremptório "não". Júlio sonhava um futuro brilhante e diferente para o filho. Jamais permitira que ele se tornasse sacerdote.
Em agosto de 1859, Leão terminou seus estudos secundários e, a 16 do mesmo mês, passou, com sucesso nos exames de bacharel em letras.
De volta a La Capelle, expos novamente seu projeto ao pai. Esta insistência do filho caiu como um raio no lar Dehon. O pai não aceitava de forma alguma a idéia ousada do filho.
Sem desistir de seu plano, Leão obedece momentaneamente a seu pai e vai para Paris. Freqüenta o curso de preparação ao concurso da célebre Escola Politécnica DEA simultaneamente matricula-se no primeiro ano de direito. Mais tarde, abandona o curso de letras e segue normalmente o curso de direito, que lhe parecia mais de acordo com a sua cultura e sua sensibilidade.
Em agosto de 1862, obtém a licença em direito e, dois anos mais tarde, em abril de 1864, defende a tese de doutorado em direito.
Durante o período de estudo em Paris, Leão impôs-se um ritmo de vida que favorecia sua vocação sacerdotal. Diariamente participava da missa em São Sulpicio, sua paróquia.
Nesse tempo, também, conheceu um jovem estudante de arqueologia, que se tornaria seu grande amigo: Leão Palustre. Com esse amigo, Dehon fez várias viagens: à Inglaterra (1862), à Alemanha, aos países escandinavos, à Europa Central (1863), A 23 de agosto de 1864, empreendeu com ele uma longa viagem de 10 meses pelo sul da Alemanha, Suíça, Norte da Itália, Grécia, Egito, Palestina (Terra Santa), Ásia Menor, Hungria e Áustria.
No fim dessa viagem, Leão parte diretamente para Roma, onde chega a 14 de junho de 1865. Estava firmemente decidido a seguir sua vocação sacerdotal. A viagem à Terra Santa confirmara o chamado do Senhor: "Vem e segue-me! Também te farei pescador de homens!".
Em Roma, mora no colégio francês, Santa Clara, matricula-se no curso de filosofia e, depois de um ano apenas, obtém o doutorado na matéria (1866). Em 1871, consegue o título de doutor em teologia e em direito canônico.
Antes, a 19 de dezembro de 1868, é ordenado sacerdote, na Basílica de São João de Latrão, na presença de seus pais, que aceitam agora a vocação do filho.
Padre Dehon participou como estenógrafo, das sessões do Concílio Vaticano I.
Terminados seus estudos em Roma, recebeu sua primeira transferência. Foi uma grande decepção para ele. Com vários doutorados em sua bagagem, Padre Dehon esperava trabalhar numa universidade. E foi nomeado para ser o 7 vigário paroquial de uma pobre e problemática paróquia: São Quintino.
Apesar de tudo, assumiu sua missão com todo ardor e entusiasmo. Conhecendo as grandes necessidades daquela cidade, Padre Dehon teve várias iniciativas de grande repercussão; fundou um patronato, São José 91872), a Obra dos Círculos Católicos (1873); um jornal católico: Le Conservateur de L’Aisne (1874); círculos de estudos religiosos e sociais, com a Conferência de São Vicente de Paulo ( 1875); promoveu encontros de estudos com os patrões, duas vezes por mês (1876): o Colégio São João
(1877).
Sacerdote, culto, santo e dinâmico, muito conhecido na França, Dehon tinha algo que o inquietava. Não estava satisfeito. Faltava-lhe algo. Não tinha, porém, clareza o que era realmente. Depois de um longo discernimento, feito de oração, de diálogo com sábios sacerdotes e orientadores espirituais, Dehon toma a decisão de fundar a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Data oficial da fundação: 28 de junho de 1878, dia da primeira profissão do fundador.
Temporariamente supressa por determinação da Santa Sé (1883), a nova Congregação experimentou, depois de sua ressurreição (1884), um vertiginoso crescimento e um surpreendente impulso missionário espalhando-se por diversos países.
Além dos trabalhos de governo e animação de sua congregação como superior geral, Padre Dehon participou dos grandes eventos de cunho social na agitada França daquele fim de século. Sensível aos grandes problemas sociais de então, Padre Dehon era protagonista de congressos e de assembléias, onde se discutiam as questões sociais, principalmente depois da publicação da Rerum Novarum, da qual foi um incansável divulgador e defensor. Sem dúvida, pode-se dizer que era um missionário da doutrina social da Igreja. Proferiu conferências (principalmente em Roma), escreveu artigos em jornais e revistas (Le Règne du Sacrré-Coeur dans les âmes et dans les sociétés), publicou livros sobre o tema, principalmente: Manual social cristão (1894) e o Catecismo social (1898). Outros: A usura no campo presente ( 1895); Nossos Congressos (1897), As pontifícias diretrizes políticas e sociais (1897), Riqueza, mediocridade ou pobreza ( 1899), A renovação social cristã (1900).
Padre Dehon faleceu no dia 12 de agosto de 1925, aos 82 anos de idade. Seus restos mortais repousam na Igreja de São Martinho, em São Quintino, França.
"Por Ele vivi, por Ele morro",
foram suas últimas palavras.
O processo de beatificação de Padre Dehon encontra-se atualmente na fase de reconhecimento da heroicidade de suas virtudes. A Congregação plenária da Causa dos Santos deverá, em breve, se pronunciar a respeito. Desse parecer vai depender o rápido procedimento até o decreto sobre a heroicidade de suas virtudes.
Hoje a Congregação tem 23 províncias, como aproximadamente 2.294 membros; dos quais, 330 estudantes de filosofia e teologia; 64 irmãos religiosos, 26 diáconos, 16 bispos; e 100 noviços. A Congregação se encontra em 32 países: 59% na Europa; 18% na América Latina; 8% na América do Norte; 8% na África e 6% na Ásia.
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